segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

O ano de 2012, Ano de Oxalá, Yêmanjá, Omolu e Xangô!!

Para quem quer estar super na moda na passagem para o ano de 2012 e em sintonia com as entidades do Candomblé, o Orixá Regente do ano novo será Oxalá. Neste sentido, o visual para a virada deve ser composto em branco e é favorecido por transparências e elementos furta-cor. “Oxalá é considerado e cultuado como o maior e mais respeitado de todos os Orixás do  panteão africano. Simboliza a paz, é o pai maior nas nações das religiões de tradição africana. É calmo, sereno, pacificador; é o criador e, portanto, é respeitado por todos os Orixás e todas as nações. A Oxalá pertencem os olhos que vêem tudo”.  

Segundo religiosos do Candomblé, 2012 será um ano de acerto de contas.Oxalá determina que tudo o que foi realizado nos últimos anos será motivo de julgamento. Como foram as atitudes pessoais? É o ano de execução do karma. Assim, é o período de pedir misericórdia.
 
Ano de 2012 tem a regência da Lua, o Orixá correspondente a esta energia é nossa Mãe Iemanjá. Quando temos a regência deste ano, temos um ano altamente emotivo, ano ótimo para os Cancerianos, Escorpianos e Piscianos.
A Lua trás questões relativas ao emocional, sentimentos, receptividade, passado, família, mulher, povo, nossa capacidade de sentir, de nos sensibilizarmos ao meio ambiente, o que alimenta tanto física como psiquicamente. 
Será um ótimo ano para resolvermos problemas familiares.
A Lua, na Astrologia, indica os seus modelos e necessidades emocionais mais profundos, a sua receptividade e capacidade de reflexão. Ela também está associada ao sonho, à imaginação ou a algo que primeiro fica incubado dentro de você para surgir noutro momento, como a gestação, que é feita na escuridão.
Você precisa respeitar o movimento de interiorização da sua Alma, dar tempo para que de fato ela possa lhe guiar no auto conhecimento, da mesma forma que acontece quando colocamos uma sementinha na terra: temos que esperar um tempo para que ela possa brotar.
Quando você utiliza a "sua lua" da pior forma, pode tornar-se ansioso, escandaloso e inconstante. Esse é o jeito da psique sinalizar o quanto você está afastado de si mesmo. Por outro lado, quando consegue aproveitar o que há de melhor nela, você torna-se uma pessoa que corre atrás de seus próprios sonhos, está sempre animada e disposta e, com isso, todos podem notar o seu encanto.
A Lua rege o signo de Câncer e, na Mitologia, está associada à Ártemis ou Diana, a caçadora virgem dos bosques, nos lembrando que devemos ser sempre e, antes de mais nada, caçadores de nós mesmos.
Iemanjá é a senhora dos mares e das águas. É a fonte da vida. Na África, foi sempre associada à fertilidade. Nas danças rituais, reproduz-se o movimento das ondas com as mãos, ou ainda lançando-se os braços para o alto, numa evocação às variações das ondas e à instabilidade das águas.
No Brasil, ela tornou-se o Orixá mais popular. Foi sincretizada, na Umbanda, com a Nossa Senhora da Conceição e sua evocação é subliminar em festas, como a dos Navegantes, em Porto Alegre. Em Salvador, o dia 2 de fevereiro lhe é consagrado, quando os fiéis concentram-se no Largo do Rio Vermelho e levam milhares de oferendas ao mar, geralmente acomodadas em barquinhos azuis e brancos. No Rio de Janeiro, o Réveillon de Copacabana encampou elementos de seu ritual - o vestir-se de branco e jogar flores brancas e amarelas ao mar, costume que acabou ganhando o Brasil.
Yêmanjá seria em geral plácida, compreensiva e pródiga. É a senhora da pescaria farta, da abundância. Fartura, romantismo, convívio familiar em alta e gravidez seriam marcas de um ano sob a sua regência. Amizade, companheirismo, franqueza e vida social ativa (desde com ênfase na família, na casa, nos vizinhos e amigos próximos), seriam também atributos que acompanham Yêmanjá. A feminilidade ganharia destaque e tudo o que for orientado ao público feminino teria grandes chances de sucesso. Como Yêmanjá também é a senhora da criação e da educação, estima-se que as realizações intelectuais sejam favorecidas. Aspecto que seria fortalecido pela companhia de Oxalá, que a estaria acompanhando neste ano.
Mas as águas são instáveis: hora tranquilas, hora vigorosas, hora fartas, hora escassas. O que sinalizaria para um ano de mudanças, de abruptas oscilações. Fonte da vida, é ela quem dá, mas é ela também quem tira. De humor geralmente sereno, Yêmanjá não aceita, contudo, contestação de sua autoridade, o que pode torná-la irascível. Os seguidores das religiões afro-brasileiras acreditam que um ano de Yêmanjá começa e termina com chuvaradas, tormentas, enchentes, ressacas, tragédias no mar, naufrágios, afogamentos. Tudo, enfim, que estiver relacionado à força das águas.
Pedimos cuidado com moléstias do corpo, pois o ano de 2012 será também ajudado pelo senhor Omolu, cataporas, caxumbas, varíola e rubéolas e outras enfermidades do tipo. Orixá rígido no tocante ao caráter, não admite que seus filhos façam algo fora dos padrões normais de um ser disciplinado, CARÁTER é a palavra desse Orixá! 
Ano de ajuda de Xangô, rei de Òyió, prometendo acertos de contas, possíveis escândalos e falências, tudo por um mundo melhor, mais limpo e mais justo. 

Seguindo a PAZ de Oxalá, a MEIGUICE de Yêmanjá, o CARÁTER de Omolu e a JUSTIÇA de Xangô comecemos um ano de muitas colheitas boas, que a Mãe Terra abençoe a horta que há dentro de você!! Axé, axé, axé pra todo mundo AXÉ!

Pai Sérgio Tatá d'Odé.

Editado por: Mãe Polly d'Yêmanjá. 

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

AZEITE DE OLIVA E AZEITE DE DENDÊ NOS RITUAIS DE UMBANDA.


 
QUEM UTILIZA AZEITE DE OLIVA?
Poucos são os Terreiros de Umbanda que têm conhecimento e fazem uso do azeite de oliva consagrado em suas giras assistenciais ou mesmo para a própria corrente mediúnica. Menor ainda é o número de médiuns e até de dirigentes que entendem o que este azeite representa e porquê ele é utilizado. Pensando nisso resolvi falar um pouquinho para vocês hoje sobre a representação do azeite de oliva e sobre sua utilização na Umbanda. Vamos lá?
Várias lendas narram o nascimento da oliveira. Uma diz ser ela o resultado de uma disputa entre Poseidon (Deus do Mar) e Atena (Deusa da Sabedoria) por um pedaço de terra . Nessa disputa Poseidon fez nascer o mar quando usou a força de seu tridente numa rocha. Atena, por sua vez, fez brotar a oliveira da terra e, por isso mesmo, foi a vencedora da contenda, segundo Zeus, assim ganhando a posse da terra. Daí em diante os frutos dessa árvore serviriam de alimento e deles seria extraído um óleo sagrado que alimentaria e fortificaria o homem aliviando suas dores e suas feridas. Outra lenda, contada pelos hebreus, narra que a oliveira nasceu no vale de Hebron quando Adão fez 930 anos e, pressentindo a sua morte, lembrou que o Senhor lhe havia prometido o “óleo da misericórdia”. Então um querubim enviou-lhe a semente de oliveira que germinou em sua boca após a sua morte.
A Bíblia tem muitas referências aos usos religiosos da oliveira e do óleo de oliva. A pomba que foi enviada por Noé e retornou com um ramo de oliveira indicando a proximidade de terra, no Livro do Gênesis, se transformou no símbolo da paz. O maior significado religioso do óleo de oliva está documentado no Livro do Êxodo, no qual o Senhor diz a Moisés como fazer uma unção com óleo de oliva e durante a consagração este óleo é derramado nas mãos de reis e de sacerdotes católicos. Jesus, quando de Sua passagem em nosso mundo, falava que o bom samaritano recebeu óleo em suas feridas. A Unção dos enfermos utiliza o óleo sagrado, como sinal de Cristo, que alivia a dor e restitui a vida. Cristo foi ungido com o óleo sagrado por Maria Madalena depois de sua morte. Na antiguidade, o óleo estava associado à força de Deus e era utilizado para curar os doentes.
Na Umbanda o azeite de oliva é uma fonte de extremo poder pois é a somatória de forças regentes da Natureza. A raiz da oliveira chega a 6 metros de profundidade com grande possibilidade de conter água, nasce sob qualquer condição e em qualquer lugar: vales, montanhas, entre pedras. Mesmo estando velha ou doente nunca deixam de nascer novos ramos, estando cortada ou queimada ainda assim novos ramos emergirão da raiz e demora aproximadamente 15 anos para fornecer a primeira colheita.
Por tudo isso podemos dizer que a oliveira tem características muitos próximas às do ser humano e que, simbolicamente, Deus compara a oliveira a nós. É símbolo de excelência, de força, pureza, simplicidade e benção Divina.
Nos sacramentos da Umbanda, como batismo, confirmação e extrema-unção, o azeite de oliva é muito importante pois, além dessa maravilhosa simbologia, ele tem a função de purificar o corpo astral, equilibrar os chacras e alinhar o nosso eixo magnético, equilibrando o fluxo energético e melhorando a percepção espiritual, o que facilita a comunicação com o plano astral.
Sendo assim, é altamente aconselhável utilizar o azeite, principalmente quando consagrado ou cruzado por um Guia Espiritual, antes de um desenvolvimento mediúnico ou de uma gira. Também é muito indicado no caso de dores no corpo, dores de cabeça e pancadas, principalmente aquelas que aparecem em nosso corpo misteriosamente. Sua utilização se potencializa com o acréscimo de outros elementos como pedras, minerais, vegetais, raízes, energia solar, lunar etc, uma vez que, com esses elementos adicionados, o azeite tem seu poder de ação ampliado.
O azeite também pode ser usado nos ambientes como, por exemplo, em batentes de portas e janelas, embaixo da cama, na soleira da entrada da casa, na mesa do escritório etc. A forma apropriada de usar o azeite nesses pontos é fazendo o sinal da cruz criando campos de força que geram uma tela de proteção capaz de absorver e diluir todo e qualquer negativismo que passar por ela, além de fechar buracos energéticos e portais magísticos negativos.
Como viram, o azeite de oliva é bastante importante e uma maravilhosa ferramenta de trabalho para os Guias Espirituais. Não deixem de utilizar este poderoso elemento apenas por falta de conhecimento. Busquem, procurem, estudem e façam a diferença pela Umbanda, com fundamento, é claro!
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E O AZEITE DE DENDÊ?
Produzido a partir do fruto da palmeira conhecida como dendezeiro é originário da Costa Ocidental da África, mais precisamente do Golfo da Guiné, sendo encontrado desde Senegal até Angola. O dendezeiro é conhecido também como palmeira de óleo africana, aavora, palma de guiné, palmeira dendém, coqueiro de dendê e demdem (em Angola). Chega a 15 m de altura, seus frutos são de cor alaranjada e a semente ocupa totalmente o fruto.
As primeiras sementes de dendezeiro foram trazidas para o Brasil há mais de 3 séculos pelos escravos africanos e se adaptaram bem ao clima tropical. Câmara Cascudo afirma que “como era costume na África, rara seria a iguaria negra sem a participação do azeite de dendê”, assim, juntamente com outras iguarias importantes como as bananas, os quiabos, os inhames, o coco e as especiarias como a erva doce, o gergelim e algumas pimentas, veio o dendê, tornando-se indispensável na culinária afro-brasileira.
O óleo de dendê é fonte natural de vitamina E e é riquíssimo em vitamina A. Tem 21 vezes mais vitamina A que a laranja, 400 vezes mais que o tomate e 14 vezes mais que a cenoura, por isso é tão vermelho. Quando o azeite é aquecido a vitamina A é destruída e o óleo fica branco. O rendimento do dendê é muito grande, produz 10 vezes mais óleo que a soja, 4 vezes mais que o amendoim e 2 vezes mais que o coco. Faz muito bem à saúde, afirmam os especialistas. Da amêndoa de seu fruto se extrai um óleo usado em cosmética, na fabricação de chocolate substituindo a manteiga de cacau e ainda é utilizado na indústria de maioneses e margarinas.
No Candomblé a palmeira de dendê é uma árvore Sagrada, seu óleo é muito utilizado nas Comidas de Orixás e o coquinho é usado em um dos Oráculos de Ifá.

DENDEZEIRO.

 
COQUINHO DE DENDÊ.

Na Umbanda representa a SABEDORIA ANCESTRAL trazida pelos negros da África. Representa FORÇA, ENERGIA , VIDA , SABOR e FEITIÇO. O azeite dendê tem a característica de “erva quente”, ou seja, tem energia agressiva , ativa e quando aquecido torna-se mais agitado, portanto precisa ser usado com critério.
Utilizamos o óleo de dendê nas oferendas, principalmente para a Esquerda, com a função de desagregar qualquer tipo de carga ou energia negativa. Com os coquinhos de dendê pode-se fazer guias que, após serem imantadas e consagradas pelos baianos, boiadeiros e até pelos caboclos, se tornarão fantásticos instrumentos de trabalho e de proteção, pois são símbolos da Sabedoria trazida dos negros africanos.

Editado por: Mãe Polly d'Yêmanjá.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Lavagem de escadaria não terá missa na Igreja Matriz


Quem já estava acostumado desde 2002 a presenciar, a cada 30 de dezembro, os adeptos do candomblé nas primeiras fileiras da Igreja Matriz Nossa Senhora da Candelária, em Corumbá, durante a missa que celebrava o ano que se encerrava e pedia proteção para o que começava, não verá mais essa cena a não ser em registros de imagens de anos anteriores. Uma orientação da Diocese de Corumbá não permite mais esse tipo de celebração em nenhuma igreja católica da cidade. Foi o que afirmou em entrevista ao Diário, o bispo diocesano Dom Martinez Alavarez.
Segundo ele, a decisão foi tomada com base em uma consulta realizada com fiéis da Igreja Matriz que são contrários à celebração, que tem por característica abrir as portas do espaço religioso para os adeptos das religiões de matrizes africanas. De acordo com a autoridade eclesiástica local, a decisão baseia-se numa questão teológica que envolve as duas religiões. Ainda segundo Dom Martinez, a também já tradicional lavagem das escadarias da igreja poderá ser realizada, mas de um jeito diferente: com as portas fechadas.

"Os fiéis foram de opinião contrária não à lavagem das escadarias, que podem continuar lavando não somente dia 30, mas quando quiserem. Mas à participação simultânea da eucaristia, a comunidade é contrária. Por quê? Muito simples, a eucaristia é comunhão profunda entre aqueles que lá estão presentes com Cristo. Agora, com as religiões de cunho africano, a comunhão conosco não chegou ao ponto de compartir a eucaristia. Não é que haja animosidade, em absoluto, mas nosso nível de comunhão ainda não é tão profundo para podermos compartir a eucaristia que, para nós, é momento de comunhão mais profundo dentro da igreja católica", explicou.

Dom Martinez foi firme em dizer que a orientação é válida para todas as paróquias e não somente para este ano, e que deve ser encarada para toda decisão daqui para frente. Questionado pela reportagem se poderia haver uma possibilidade de a orientação ser desfeita, ele foi enfático e disse que não. "Não vai ser alterado, a Prefeitura já está informada sobre isso, a Secretaria de Turismo já foi informada. A escadaria continua lá, mas a Catedral estará fechada, estará de portas fechadas na hora da lavagem", reforçou.

A notícia pegou de surpresa o babalorixá Zazelakum, Clemílson Pereira Medina, que realiza desde 2002, o ritual da lavagem das escadarias da Igreja de Nossa Senhora da Candelária. Ele, que estava em viagem com destino à Brasília, conversou com a reportagem deste Diário e classificou a atitude como um retrocesso. "Viemos nesses anos num trabalho que busca unificar as religiões com o propósito comum de buscar a Deus e, principalmente, nessa época do ano quando todos estamos falando em união, nós não esperávamos por isso", declarou o babalorixá que é presidente da Acorema (Associação Corumbaense das Religiões de Matrizes Africanas do Pantanal e Região) e também delegado das religiões de matrizes sul-africanas do Centro-Oeste.

Ele ressaltou ainda que a realização da missa e da lavagem da escadaria ao longo de quase 10 anos, colocaram Corumbá em destaque nacional. "Nossa cidade era vista como um exemplo de comunhão entre as religiões, recebia elogios não somente aqui no Estado, mas no país, já que somos depois de Salvador (capital baiana), a única cidade a realizar esses rituais. Quem não tinha oportunidade de ir à Bahia, vinha para Corumbá, ver e participar desses momentos dentro e fora da igreja", afirmou o religioso.

O babalorixá Zazelakum retorna dia 20 para a cidade quando deve convocar uma reunião com os adeptos do candomblé para discutir como irão atuar nos rituais este ano, porém afirmou que, mesmo com as portas da igreja Matriz fechadas, os religiosos irão lavar as escadarias.

Apesar da posição já definida pela Diocese de Corumbá, o babalorixá pede que as autoridades religiosas católicas, tenham "sensibilidade para a questão que, hoje, já agregou outros pontos relevantes como, por exemplo, ter entrado para o calendário de eventos da cidade".

Na Bahia

Os estudiosos de mitologia negra dizem que a Lavagem do Bonfim é uma cerimônia que tem origem na África, em homenagem à divindade yorubá Oxalá, entretanto há controvérsia em relação à origem religiosa da festa.

Câmara Cascudo acha que na Festa do Bonfim há convergência de dezenas de festas tradicionais da Europa e da África. Roger Bastide observa que a cerimônia não é de origem africana, pois já existia em Portugal. Teria sido difundida no Brasil por um português combatente na Guerra do Paraguai que fizera o voto de, caso não morresse, lavar o átrio do Senhor do Bonfim. Os negros baianos transformaram a lavagem em uma festa sincrética ao catolicismo e ao candomblé.

Pelo fato de ultrapassar os limites da liturgia católica, a Lavagem do Bonfim chegou a ser proibida pelo Arcebispo da Bahia e impedida de ser realizada pela Força Pública de Salvador no ano de 1890. As baianas então começaram a lavar as escadarias com água de cheiro como símbolo da purificação da igreja. No candomblé, o Senhor do Bonfim é sincretizado com Oxalá. O branco, de uso quase obrigatório na Lavagem, é uma menção direta ao pai de todos os orixás.


Editado por: Mãe Polly d'Yêmanjá.

EVANGELICA MATA E ESQUARTEJA OS PAIS EM "NOME DE DEUS"

Uma jovem de 24 anos assassinou dois idosos, seus pais adotivos, e ainda esquartejou seus corpos na manhã deste domingo, em Timon (MA).
Segundo a Polícia, Lineusa Rodrigues da Silva teria matado Joana Borges da Silva e Lourival Rodrigues da Silva porque eles se recusaram a dar dinheiro a ela. O crime ocorreu por volta das 8 horas da manhã, na Vila Angélica, na cidade maranhense.
Um machado e um pedaço de pau foram os instrumentos utilizados no duplo homicídio.
Ao prestar depoimento à delegada Wládia, da Central de Flagrantes de Timon, a acusada declarou que precisava do dinheiro para pagar o dízimo de sua igreja.
O crime foi considerado pelos próprios policiais como “selvagem e bárbaro”. O corpo do pai foi encontrado com a face achatada por um golpe de machado na sala, da residência onde os três moravam juntos, na Vila Angélica.
A mãe, que é cadeirante e estava deitada, não pode se defender, das facadas que a filha desferiu. Dona Joana teve o tórax aberto pelo serrote.


Mulher matou os pais por recusarem dinheiro para o dízimo
Segundo vizinhos, Lineusa é evangélica fanática e possui distúrbios mentais.
O crime chocou a cidade de Timon neste final de semana. Segundo a delegada, o pastor da igreja Universal será investigado.
De acordo com a delegada Wládia Holanda, que recebeu o caso na Central de Flagrantes, disse que Lineuza teria cometido o duplo homicídio qualificado por fanatismo religioso. “Ela teria débitos de dízimos da Igreja Universal e extorquia os pais para pagá-los, como eles se negaram, era teria praticamente premeditado o crime”, destaca a delegada.
A delegada confirmou ainda que a acusada apresenta indícios de que tenha problemas mentais. “Só um médico pode atestar concretamente. Como o caso foi encaminhado para a Delegacia de Homicídios, o delegado de lá pode pedir o exame de sanidade mental”, explicou Wládia Holanda.
Ela afirmou que além da acusada, outras pessoas também prestaram depoimentos. E o pastor da Igreja, que já foi identificado, também será investigado.
O crime foi considerado pelos próprios policiais como “selvagem e bárbaro”. O corpo do pai foi encontrado com a face achatada por um golpe de machado na sala, da residência onde os três moravam juntos, na Vila Angélica. A mãe, que é cadeirante e estava deitada, não pode se defender, das facadas que a filha desferiu. Dona Joana teve o tórax aberto pelo serrote.
Lineuza ainda mutilou os corpos, cortando braços e pernas dos pais. O crime aconteceu na madrugada, mas os vizinhos só encontraram os idosos por volta das 9 horas. A estudante que havia fugido, foi encontrada pouco tempo depois pela polícia.



Material utilizado.


Editado por: Mãe Polly d'Yêmanjá.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Leia, você vai gostar!!


Livro A Colônia de Maria

" Esta obra veio para quebrar todo tipo de preconceito e visão errônia que estas mulheres sofrem... Abra seu coração e assim este maravilhoso portal se abrirá, deixando que você conheça um pouquinho deste mundo através dos olhos de Maria Madalena."
Neste livro Maria Madalena mostra-nos um pouco da Colônia de Maria Padilha e como são realizados os trabalhos destas mulheres conhecidas como Pomba-Giras - mulheres sofridas, guerreiras e que pagam um preço muito alto por amar demais. Esta obra veio para quebrar todo tipo de preconceito e visão errônea que estas mulheres sofrem. Quisera eu poder um dia caminhar ao lado de Maria Padilha em seu lindo jardim de rosas vermelhas, e sentir o tamanho do amor que esta Pomba-Gira carrega em seu peito e trasmite às mulheres que são acolhidas em sua Colônia sem qualquer tipo de julgamento. Abra seu coração e assim este maravilhoso portal se abrirá, deixando que você conheça um pouquinho deste mundo através dos olhos de Maria Madalena.
Como tudo começou… Tudo começou em uma noite, quando sem saber se estava dormindo ou acordada escutei passos na escada, aliás, saltos… rsrsrs … Seguindo em direção ao meu quarto. Pensei até que era uma de minhas filhas, mas pelo horário me espantei, pois achei que elas já estavam dormindo, então pensei: – Amanhã quero saber quem estava andando em direção a meu quarto, e ainda de salto alto, fazendo aquele barulho todo! Mas aquele barulho não passava; cada vez mais se aproximava de mim e foi quando pude ver uma linda jovem aproximando-se e colocando as mãos na cintura, me dizendo: – Vamos trabalhar? E assim foi entrando no banheiro do meu quarto e lavou suas mãos. Esta jovem é Maria Madalena. No dia seguinte tive a certeza de que era mesmo um sonho, e contei a minhas filhas, mas isso não saia da minha cabeça e passaram-se dias, até que eu acabei ignorando por parecer ser algo “nada mais que um sonho” e não acreditar em ser uma comunicação, pois assumir mais uma responsabilidade estava fora de cogitação. Então, mais uma vez fui acordada com uma linda moça sentada ao meu lado, na minha cama, e esta, eu não tive a menor duvida de quem era, e ela sorrindo me disse: – Querida, vamos trabalhar? Lembra-se do que combinamos? Eu vou lhe explicar por que temos que trabalhar. E assim, começou mais um trabalho com Maria Padilha e Maria Madalena, e eu, acabei me entregando a esta maravilhosa obra, claro que com muito medo, mas aos poucos acabei me entregando por completo as maravilhas de poder caminhar na “Colônia de Maria”. Será um Sonho? Não quero mais acordar e sim poder ser um instrumento de quantas obras me for confiada. Obrigada queridas amigas! Que a luz de Deus seja sempre sua estrela guia!
Elaine Paceli 

Editado  por: Mãe Polly d'Yêmanjá.

Todas as saudações para NOSSA MÃE YÊMANJÁ!!

Outeiro: 30 mil pessoas para saudar Iemanjá.

Cerca de 30 mil pessoas são esperadas para o 40º Festival de Iemanjá. A grande celebração será nesta quarta-feira (7), na orla da Praia Grande, em Outeiro. Outra cerimônia acontece na Aldeia Cabana, na Pedreira, no início da noite.

“Como neste ano a comemoração será realizada no meio da semana, muitas pessoas não vão poder ir a Outeiro, por isso um padre vai realizar uma celebração na Aldeia Amazônica antes de irmos para o distrito”, diz o presidente da União Religiosa dos Cultos Umbandistas e Afro-Brasileiros do Estado do Pará (Urcabep), o tenente coronel PM Itacy Domingues.

São esperados, a partir das 18h, ônibus, vans, kombis e outros veículos levando praticantes de diversas religiões para as homenagens na Aldeia. Depois da missa, será o momento de um pequeno ritual de umbanda. Às 21h, os participantes seguirão em rodo-romaria com as imagens de Nossa senhora da Conceição e Iemanjá até Outeiro.

Na Praia Grande, será montada uma arquibancada com capacidade para mil pessoas. O Coronel Itacy destaca que em anos anteriores o festival chegou a atingir cerca de 70 mil pessoas, porém este ano, como o festival cairá no meio da semana, a expectativa é bem mais modesta.

Cerca de 80 templos vão participar da celebração até a meia-noite, quando, nas primeiras águas do dia 8, data dedicada a Nossa Senhora da Conceição e, tradicionalmente, de homenagens a Iemanjá, as oferendas serão entregues ao mar pelos participantes ou através dos santos mediúnicos que estarão nos barcos fretados pela organização, que receberão e ofertarão os objetos, alimentos, ou qualquer outro agradecimento em intenção as graças alcançadas.

Apesar de reunir uma grande quantidade de pessoas, a organização do evento ainda enfrenta muitas dificuldades na realização das celebrações a Iemanjá. De acordo com Coronel Itacy, por se tratar de um evento religioso e cultural, o festival deveria constar no calendário oficial de eventos do Estado. “Assim como o carnaval, a quadra junina e muitos outros eventos culturais que possibilitam a reunião de muitas pessoas e que possuem uma previsibilidade, um valor destinado para a realização desses eventos, também deveríamos contar com esse apoio. Assim não comprometeríamos salários, nem atrasaríamos pagamentos. Esse evento já se perpetuou, ele não pode deixar de acontecer”, explica.

O SINCRETISMO

Iemanjá é homenageada em datas diferentes pelos Umbandistas no Brasil. As mais comuns são o dia 8 de dezembro, dia de Nossa Senhora da Conceição, e 2 de fevereiro, dia de Nossa Senhora dos Navegantes. Isso acontece porque, quando os povos africanos foram trazidos para o Brasil, não podiam realizar seus cultos, e passaram a homenagear seus deuses na figura dos santos católicos.

(Diário do Pará)
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Prefeitura de Caravelas convida a todos para o cortejo de Yemanjá

Odô Yá…Yemanjá! Salve a Rainha do mar!

A Prefeitura de Caravelas convida você e sua família para acompanharem o cortejo de Marujadas pelas ruas Barão do Rio Branco e 7 de Setembro a partir das 8h às 9h. Saída do Píer para o cortejo marítimo pelo Rio Caravelas até a Praia do Pontal do Sul, local onde acontecem os ritos e a entrega de oferendas à Mãe Yemanjá.
O evento é organizado pela Secretaria de Cultura com o apoio da Prefeitura Municipal de Caravelas.
Administração do prefeito Loló.
Governo Juntos e Construindo Uma Nova História.
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Nosso blog sempre "de olho na noticia". Kasuadosaxesdbabaode.blogspot.com
Editado por: Mãe Polly d'Yêmanjá.


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Salúba Nanã, salúba!!

A Deusa mais velha entre todos os Orixás. Sua atitude costuma ser severa, mas é determinada naquilo que se propõe a fazer. Também costuma agir sempre com rigor na hora de tomar decisões. Este Orixá oferece segurança e jamais aceita uma traição. Conforme a tradição afro-brasileira, Nanã além de ser a mais antiga das divindades, foi também a primeira esposa de Oxalá. A mais velha deusa da água está associada às pessoas idosas, à maternidade e seu elemento principal é a lama, o lodo dos rios e dos mares. Como possui um temperamento rígido e não tolera desobediência, é capaz de castigar com a intenção de educar. Nas cerimônias da umbanda é conhecida como vovó. As pessoas consideras filhas de Nanã são geralmente calmas, sérias e introvertidas. Seguras e equilibradas em tudo o que fazem, gostam de ajudar as pessoas, agindo com gentileza e muita dignidade. Quando precisam desenvolver algum trabalho, mesmo que exija rapidez, sabem usar da paciência como se tivessem todo o tempo do mundo para sua execução.

Dia da Semana: Terça-feira

Saudação: Salubá Nanã!

Cores: Azul escuro, branco ou lilás.

Símbolo: Ibiri

Alimento Principal: Repolho roxo cozido e pipoca

Ciganos são uma classe de espíritos que incorporam nos terreiros de umbanda.

Entidades ciganas.
História pertencem à uma linha de trabalhadores espirituais que busca seu espaço próprio pela força que demonstram em termos de caridade e serviços a humanidade. Seus préstimos são valiosas contribuições no campo do bem-estar pessoal e social, saúde, equilíbrio físico, mental e espiritual, e tem seu alicerce em entidades conhecidas popularmente com "encantadas".

São entidades que há pouco tempo ganharam força dentro dos rituais da Umbanda. Erroneamente no começo eram confundidos com entidades espirituais que vinham na linha dos Exus, tal confusão se dava por algumas ciganas se apresentarem como Cigana das Almas, Cigana do Cruzeiro ou nomes semelhantes a esses utilizados por Exus e Pombas-Gira. Hoje, o culto está mais difundido, se sabe e se conhece mais coisas sobre essas entidades, chegando algumas casas a terem um ou mais dias específicos para o culto aos espíritos ciganos.

Não tem na Umbanda o seu alicerce espiritual, como dissemos; se apresentam também em rituais do tipo mesa branca, Kardecistas e em outros rituais específicos de culto à natureza e todos os seus elementos, por terem herdado de seu povo, o cigano, o amor incondicional à proteção da natureza.

Encontraram na Umbanda um lugar quase ideal para suas práticas por uma necessidade lógica de trabalho e caridade.

Na Umbanda passaram a se identificar com os toques dos atabaques, com os pontos cantados em sua homenagem e com algumas das oferendas que são entregues às outras entidades cultuadas pela Umbanda. Encontraram lá, na Umbanda, uma maneira mais rápida de se adaptarem a cultos e é por isso que hoje é onde mais se identificam e se apresentam.

São entidades oriundas de um povo muito rico de histórias e lendas, foram na maioria andarilhos que viveram nos séculos XIII, XIV, XV e XVI. Tem na sua origem o trabalho com a natureza, a subsistência através do que plantavam e o desapego as coisas materiais.

Dentro da Umbanda seus fundamentos são simples, não possuindo assentamentos ou ferramentas para centralização da força espiritual. São cultuados em geral com imagens bem simples, com taças com vinho ou com água, doces finos e frutas solares. Trabalham também com as energias do Oriente, com cristais, incensos, pedras energéticas, com as cores, com os quatro sagrados elementos da natureza e se utilizam exclusivamente de magia branca natural, como banhos e chás elaborados exclusivamente com ervas.

Diferentemente do que pensamos e aprendemos, raramente são incorporadas, preferindo trabalhar encostadas e são entidades que devem ser cultuadas na direita, pois quando há necessidade de realizarem qualquer trabalho na esquerda, são elas que se incumbem de comandar as entidades ciganas que trabalham para este fim, por isso, não precisam de assentamentos. Por isso tudo fica evidenciado que são entidades que trabalham exclusivamente para o bem.

Santa Sara Kali é sua orientadora para o bom andamento das missões espirituais. Não devemos confundir tal fato com Sincretismos, pois Santa Sarah é tida como orientadora espiritual e não como patrona ou imagem de algum sincretismo.

Ciganos na Umbanda, são espiritos desencarnados homens e mulheres que pertenceram ao povo cigano.

Os ciganos em geral, tem seus rituais especificos e cultuam muito a natureza, os astros e ancestrais. A santa protetora do povo cigano é "Santa Sara Cali". Dentro da Umbanda, trabalham para o progresso financeiro e para as causas amorosas. Cheios de simpatias espitiruais, os espiritos ciganos trabalham para a cura de doenças espitiruais.

Os ciganos, dentro da ritualistica umbandista, falam a língua "portunhol", alguns, poucos, falam o romanês, língua original dos ciganos. As incorporações acontecem geralmente em linha própria, mas nada impede que eles possam a vir trabalhar na linha de Exú.

Ossãin, deus das folhas, das ervas!!!

OSSÃIN/ OSSAIM/ OSSÃNIN
Kó si ewé, kó sí Òrìsà, ou seja, sem folhas não há orixá, elas são imprescindíveis aos rituais do Candomblé. Cada orixá possui suas próprias folhas, mas só Ossaim (Òsanyìn) conhece os seus segredos, só ele sabe as palavras (ofó) que despertam o seu poder, a sua força.
Ossaim desempenha uma função fundamental no Candomblé, visto que sem folhas, sem a sua presença, nenhuma cerimónia pode realizar-se, pois ele detém o axé que desperta o poder do ‘sangue’ verde das folhas.
Ossaim é o grande sacerdote das folhas, grande feiticeiro, que por meio das folhas pode realizar curas e milagres, pode trazer progresso e riqueza. È nas folhas que está à cura para todas as doenças, do corpo ou do espírito. Portanto, precisamos lutar por sua preservação, para que consequências desastrosas não atinjam os seres humanos.
A floresta é a casa de Ossaim, que divide com outros orixás do mato, como Ogum e Oxóssi, o seu território por excelência, onde as folhas crescem em seu estado puro, selvagem, sem a interferência do homem; é também o território do medo, do desconhecido, motivo pelo qual nenhum caçador deve penetrar na floresta na mata sem deixar na entrada alguma oferenda, como alho, fumo ou bebida. Medo de que? Medo dos encantamentos da floresta, medo do poder de Ogum, de Oxóssi, de Ossaim; respeito pelas forças vivas da natureza, que não permitem a pessoas impuras ou mal-intencionadas penetrar em sua morada. Se nela entrarem, talvez jamais encontrem o caminho de volta.
Ossaim teria um auxiliar que se responsabilizaria por causar o terror em pessoas que entram na floresta sem a devida permissão. Aroni seria um misterioso anãozinho perneta que fuma cachimbo (figura bastante próxima ao Saci-Pererê), possui um olho pequeno e o outro grande (vê com o menor) e tem uma orelha pequena e a outra grande (ouve com a menor). Muitas vezes Aroni é confundido com o próprio Ossaim, que, segundo dizem, também possui uma única perna. Não se pode por isso confundir Ossaim com o Saci-Pererê, que é um personagem do folclore brasileiro. Ossaim é orixá de grande fundamento, que possui uma só perna porque a árvore, base de todas as folhas possui um só tronco.
De acordo com a história desse orixá, há uma rivalidade entre Ossaim e Orunmilá, que reflecte, na verdade, a antiga disputa entre os Oníìsegùn – mestres em medicina natural que dominavam o poder das folhas – e os Babalawó – sacerdotes versados nos profundos mistérios do cosmo e do destino dos seres, os pais do segredo.
Ossaim é um orixá originário da região de Iraó, na Nigéria, muito próxima com a fronteira com o antigo Daomé. Não faz parte, como muitos pensam do panteão Jeje assimilado pelos Nagôs, como Nana, Omolú, Oxumaré e Ewá. Ossaim é um deus originário da etnia Ioruba. Contudo, é evidente que entre os Jeje havia um deus responsável pelas folhas, e Ágüe é o seu nome, por isso Ossaim dança bravun e sató, a exemplo dos deuses do antigo Daomé.
Uma confusão latente refere-se ao sexo de Ossaim; é preciso esclarecer que se trata de um orixá do sexo masculino. Entretanto, como feiticeiro e estudioso das plantas, não teve tempo de relacionamentos amorosos. Sabe-se que foi parceiro de Iansã, mas o controvertido relacionamento com Oxóssi, que ninguém pode afirmar se foi ou não amoroso, é o mais comentado.
Na verdade, Ossaim e Oxóssi possuem inúmeras afinidades: ambos são orixás do mesmo espaço, da floresta, do mato, das folhas, grandes feiticeiros e conhecedores dos segredos da mata, da Terra.

Características dos filhos de Ossaim

Os filhos de Ossaim são pessoas extremamente equilibradas e cautelosas, que não permitem que as suas simpatias ou antipatias interfiram nas suas opiniões sobre os outros. Controlam perfeitamente os seus sentimentos e emoções. Possuem grande capacidade de discernimento e são frios e racionais nas suas decisões.
São pessoas extremamente reservadas, não se metem em questões que não lhe dizem respeito. Participam em poucas actividades sociais, preferindo o isolamento. Elas evitam falar sobre a sua vida, sobre o seu passado, preferem manter certa aura de mistério. Geralmente, não têm nada de mais a esconder, mas desejam manter reserva.
Pressa e ansiedade não fazem parte das suas características, pois são pessoas dadas aos detalhes e caprichosas no cumprimento das suas tarefas. Possuem gosto por actividades artesanais que exigem isolamento e paciência; não gostam de ter chefe nem subalternos, não se prendem a horários, apreciam a independência para fazer o que gostam na hora que querem. São pessoas fascinadas com as regras e tradições, adoram questioná-las. Possuem um gosto exacerbado pela religiosidade.

Dados
DIA: Quinta-feira.
CORES: Verde e Branco.
SÍMBOLOS: Haste ladeada por sete lanças com um pássaro no topo (árvore estilizada).
ELEMENTOS: Floresta e Plantas selvagens (Terra).
DOMÍNIOS: Medicina e Liturgia através das folhas.
SAUDAÇÃO: Ewé ó!


Joãozinho da Goméia

Nasceu em 27 de março de 1914 em Inhambupe, Bahia. Sua família era católica e chegou a ser coroinha da paróquia de sua cidade. Mas o menino parecia realmente já vir predestinado a vivenciar o mundo das tradições religiosas afro-brasileiras, mesmo antes de se iniciar em uma casa de culto.
Na pequena cidade onde nasceu, distante 153 km da capital, aos 10 anos já demons-trava sua forte personalidade, como bom filho de lansã. Aos 17, deixou a família e rumou para Salvador, onde fez de tudo para sobreviver. No armazém onde trabalhou, conheceu uma senhora que muito lhe ajudou e que considerava como sua madrinha. Foi ela quem o levou ao terreiro de Severiano Manuel de Abreu, que recebia a entidade conhecida como Caboclo Jubiabá.

MESMO CONSCIENTE DA GENEALOGIA E HIERARQUIA DOS DEMAIS TERREIROS, CONSEGUIU IMPOR SUA AUTORIDADE E SE LEGITIMOU AO LONGO DOS ANOS

Uma das muitas histórias que se conta sobre sua iniciação é o fato de Joãozinho sofrer de fortes dores de cabeça sem explicação ou cura por meio da medicina. Assim que se realizou sua feitura, as dores de cabeça cessaram; teriam sido apenas um aviso de que o menino já vinha com o destino traçado pelos Orixás, que cobravam sua iniciação.

Em torno da figura de Joãozinho da Goméia sempre houve muita polêmica; para muitos, que buscavam formas de criticá-lo, sequer teria sido "feito". Mas há filhas-de-santo de Pai Joãozinho que contam todo o seu processo de iniciação. Uma delas, aos 92 anos declarou ao jornal Correio da Bahia que tinha dúvidas de que, se ele fosse vivo, alguém tivesse coragem de contradizê-Io.
1971 MORRE O GRANDE BABALORIXÁ
JOÃOZINHO DA GOMÉIA
O dia em que o Candomblé chorou!

19 de março de 1971 - o dia da semana era sexta-feira, fatídico para alguns, benéfico para outros. O local, Rua General Rondon, 360, bairro Copacabana, no município de Duque de Caxias, Baixada Fluminense, Rio de Janeiro. Já passava das nove horas e o relógio em breve faria soar as dez badaladas. De repente, um silêncio se faz sentir; as poucas pessoas que ali se encontravam se entreolham assustadas. Parecem hipnotizadas, presas ao chão. Na face de cada uma, a palidez, o medo.

No enorme galpão, uma imagem de lansã se desprende da parede atrás de uma imponente cadeira. Cai ao chão e a deusa se desfaz em dezenas de pedaços. Um vento frio sopra e redemoinhos se formam levantando poeira; o céu se cobre de nuvens pretas como se vestisse luto, onde antes brilhava o solou se via o azul.
O vento uivante aumenta de intensidade e as pessoas começam a se mexer. Muitos diriam, depois, que os gemidos do vento mais pareciam lamentos de Omolu, o guardião dos cemitérios.
Assustados e talvez adivinhando as razões de tão estranhas manifestações da Mãe Natureza, alguns correm ao pátio: o pé de jurema, a árvore sagrada, começa a murchar, a canjica azeda minutos depois de colocada aos pés do Orixá. Nesse instante todos tiveram conhecimento do que estava ocorrendo e lágrima silenciosas começaram a descer nas faces negras e a molhar as vestes brancas. Os atabaques gemeram e choraram e, no gemido de seu couro, transmitiram ao Céu e à Terra os lamentos de uma dor que se espalharia por todo o Brasil.



Tudo isso se passou na roça de joãozinho da Goméia. No mesmo instante, a 400 quilômetros de distância, o Rei do Candomblé, maior propagador dos ritos afro-brasileiros, mais antigo e respeitado sacerdote do Brasil, deixava o mundo dos vivos, desencarnara e partira para o Reino de Oxalá - o Pai Supremo.

São Paulo, Hospital das Clínicas, 9 horas e 50 minutos, sexta-feira. Num leito branco, um homem moreno, forte, grandalhão e de finos traços trava uma batalha com a morte. Seu rosto é tranqüilo, aparentando uma enorme paz interior. Nas têmporas, os cabelos ralos já agasalham a neve dos anos que sobre eles passaram: retratam as dores, os sacrifícios, as lutas e os sofrimentos.
Ao seu lado os médicos se empenham para impedir os desígnios da morte, que quer levar mais um tributo e eles não concordam. O combate é desigual: de um lado, os fracos conhecimentos e as desvalidas forças do ser humano; do outro, os misteriosos poderes extraterrenos.

A luta é árdua; há muitas horas o combate se trava num vaivém irritante. Em momentos, parece que os médicos conseguirão enganar a morte; em outros, a vitória pende para esta. De um lado, os médicos de branco, cor tão querida e amada por aquele homem que ali se encontra sem poder participar da batalha. Ele, que durante toda a vida foi um valente que nunca fugiu à luta, não sabe que do outro lado o espectro da morte tenta arrebatar-lhe a vida, a alma. Seu espírito, este sim está vendo tudo, sabe até o destino que lhe é reservado, só que não pode intervir. Ele, o espírito, o motivo da batalha, dela não pode participar. Altos desígnios, mais fortes do que ele, presidem todos os detalhes do combate. Como humilde servidor desses desígnios, só lhe cabe apreciar os lances. Mesmo sabendo que no final o prêmio do vencedor será ele próprio.
A batalha chega ao fim - João Alves Torres Filho, o doente que os médicos não conseguiram salvar - talvez porque Oxalá houvesse decidido em contrário¬entrega sua alma ao Mestre Supremo.

Joãozinho da Goméia morreu aos 57 anos, 40 dos quais dedicados ao Candomblé. Desencarnou no dia de São José, oito dias antes de completar 57 anos. Por estranha coincidência, no dia de sua morte sua roça em Duque de Caixas iria promover o Lorogun - uma das grandes cerimônias do Candomblé que significa o fechamento do terreiro para o período da Quaresma.

Em dezembro ele pretendia promover uma grande festa para lansã, sua protetora. Oxalá, porém, decidiu que sua missão na Terra estava terminada.

Quando seus filhos-de-santo receberam a notícia de sua morte, o pranto e a dor tomaram conta de todos. Uma histeria coletiva jamais vista fora de um terreiro levou quase à loucura milhares de pessoas que se aglomeravam em frente ao hospital. Mulheres choravam, entravam em transe, desmaiavam; os homens murmuravam preces por sua alma e gritavam: - Pai, me leva com você!

Ao se confirmar a triste verdade, os atabaques começaram a marcar em toques fúnebres, anunciando a dor da perda irreparáveI. Todos ficaram inconsoláveis, mas mesmo assim lembraram de render tributo a Oxalá, pedindo que recebesse o filho amado de braços abertos. Para eles, o grande sacerdote apenas desencarnara, ganhando uma estrada de estrelas para chegar ao Reino de Oxalá.

Há muito joãozinho da Goméia se encontrava doente, e nos últimos meses queixava-se de fortes dores de cabeça. Os médicos encontraram a causa das terríveis dores do Rei do Candomblé: Na parte frontal da cabeça, em local de difícil exploração, formara-se um tumor, e sua localização tornava perigosa qualquer intervenção cirúrgica. Após comunicarlhe os perigos que correria, indagaram se deviam ou não operá-Io. Joãozinho não pensou nem um segundo para responder: - Podem operar, seja feita a vontade de Deus.

Às 8 horas e 15 minutos de sábado o corpo foi liberado para o transporte ao Rio de janeiro. No carro funerário foi o corpo, atrás caravanas de I 5 federações de São Paulo e dezenas de carros de fiéis. O motorista diria depois: - Em 19 anos de profissão, nunca vi tanta gente acompanhar um corpo.


"Se eu morrer, quero que todos os meus filhos-de-santo continuem fazendo caridade. E que se esforcem para que o Candomblé do Brasil seja, cada vez mais, encarado com seriedade e respeitado por todo o mundo"

Site: Oriaxe.com.br